segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

2018

Este ano que se encerra hoje foi, sem sombra de dúvidas, o ano de maior consciência da minha vida.
Um ano repleto de desafios, perdas e escolhas difíceis que exigiram muito de mim, mas que foram fundamentais para a formação do sentimento de gratidão que sinto ao olhar para trás.
Um ano agitado, intenso e resolutivo. Um ano bem vivido.
Vi muita coisa. Paisagens lindas, belezas escondidas. Aprendi também a rever a própria vida de uma forma mais simples e leve.
Iniciei uma nova faculdade. Conheci muitas e muitas pessoas. Fiz novas e valiosas amizades. Aprendi muito ao longo do ano e também passei em todas as matérias.
No trabalho, mudei de setor e assumi a posição de chefia de um dos núcleos mais importantes do tribunal. Esta mudança trouxe muito crescimento à minha vida profissional e, principalmente, pessoal. Foram inúmeros desafios desde então, mas também tive muita liberdade e autonomia, que eram coisas que buscava muito nos anos anteriores.
Participei ativamente da inauguração do CEJUSC-JT (centro de conciliações e mediações da Justiça do Trabalho), local onde passei a trabalhar e a liderar uma equipe pela primeira vez. Lá, pude ajudar muita gente. Resolvemos quase mil processos - 959 para ser mais exato - em pouco mais de 8 meses de trabalho.
No campo afetivo, foi um ano realmente intenso. Muitas idas e vindas, términos, conciliações e reconciliações.
Um ano de muitas emoções viscerais.
Sofri, fiz sofrer. 
Fui amado, fiz valer.
Aprendi duramente a lição tão difundida e mal compreendida do Pequeno Príncipe: "Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas".
Aprendi, também, a deixar ir e a abraçar forte quando vir; a deleitar cada único e findo segundo vivido em uma boa companhia; a fazer valer o sagrado tempo que nos é disposto nesta breve passagem por este mundo.
Aprendi, acima de tudo, que preservar o que se tem de realmente valioso é tão ou até mesmo mais importante do que conquistar algo novo. Como dizem no mundo da luta: “o verdadeiro campeão é aquele que defende o seu cinturão e sai vitorioso, pois é fácil ganhar o título; difícil é mantê-lo”. 2018 me trouxe esta lição de várias formas.
Também tive duras perdas neste ano. Bing, Fox e meu amado avô partiram para nunca mais. Em mais um ano, a morte foi um grande mestre em minha vida. Passei a abraçar mais forte a cada despedida e a sorrir mais nos reencontros.
Aqui, no blog, publiquei bem menos textos do que gostaria, mas publiquei textos de grande qualidade que emocionaram muitas pessoas.
Ao longo do ano, aprendi a ser mais empático, a ouvir mais e a julgar menos.
Apesar das minhas inúmeras falhas, acredito que cumpri bem os papeis que exerço em minhas inúmeras relações, sendo um bom amigo, filho, irmão, namorado, padrinho, afilhado, neto, primo, sobrinho, servidor, chefe, subordinado, aluno, colega, e, acima de todos, humano.  
Encerro este ano preparado para mudanças em algumas partes da minha vida, pois sinto que fecharei alguns ciclos e iniciarei novos.
Ao olhar para trás, vejo que cada detalhe me trouxe até aqui, especialmente os erros cometidos. Eles me tornaram um homem melhor.
Sou grato por 2018.

Quanto a 2019, apesar de todas as metas e os objetivos já traçados, o que mais desejo é ser cada vez mais consciente de que cada momento bem vivido no presente é o que torna possível, no futuro, o alcance dos resultados almejados no passado.

terça-feira, 4 de dezembro de 2018

A vida está sempre no olhar

A vida não está sempre nos olhos
Ela está, na verdade, no olhar
A forma que você decide enxergar a vida
Dita a vida que você levará

Seu humor é o leme que diz
A direção que a sua interpretação seguirá
Então a bela vida que você sempre quis
Depende da escolha que você tomará

Mau ou bom humor?
Tristeza ou alegria?
Pessimismo ou otimismo?
Por qual lente verá o seu dia?

A sua sorte é você quem faz
A palavra tem poder
O destino é algo volátil
No seu caminho, somente cabe a você escolher

Ver a vida como a criança que brinca no campo
Sem medo do que virá adiante
Com um sorriso estampado na cara
E uma alma alegre e radiante

Agora, se as coisas que digo não lhe fazem sentido
Não tenha medo, eu lhe ajudarei a entender
Tudo o que eu disse é que a sua vida pode ser bela
E que depende de uma escolha a fazer

Estar de mau humor faz o mundo parecer mais perigoso
Com o tempo, medo e tensão surgirão
Lhe afastando da aventura excitante e imprevisível
Que está do lado de fora do seu portão

Então, busque ouvir músicas alegres
E force um sorriso quando precisar
Pois apenas 30 segundos sorrindo
São capazes de seu humor mudar

Procure enxergar as flores no caminho
E o brilho emanente de cada olhar
Quando se sentir só, lembre-se que não está sozinho
Há muitos amigos a (re)encontrar

Ouça mais do que fale
Preste atenção no não dito
Aprimore a sua empatia
E se torne um bom amigo

Ame o próximo
E o distante também
Ame a si mesmo
E busque permanecer sempre bem

Siga na luz
E que a alegria transborde o seu dia
Escolha o filtro que lhe convém
E passe a utilizá-lo para enxergar a sua vida

sábado, 17 de novembro de 2018

O reencontro

Tempos haviam passado e aqui estou eu novamente.
Na mesma cidade, no mesmo bairro, na mesma rua.
Paro o carro, atravesso a rua e fico parado em frente ao portão da mesma casa. Sinto um calafrio na espinha.
Enquanto seguro o molho de sete chaves, memórias mortas vêm me assombrar.
Respiro fundo, pego a chave certa e abro o portão.
Ao entrar, vejo que pouca coisa mudou desde que estive aqui pela última vez. Algumas plantinhas morreram, outras flores murcharam, mas algumas continuam firmes e fortes – para não dizer bonitas.
Cruzo o jardim enquanto seleciono a segunda chave para abrir a porta da casa.
Abro a porta e entro. Apesar de haver pouca luz, consigo enxergar todos os detalhes na penumbra.
Atravesso a antessala e a sala. Subo as escadas. Devagar. Um passo por vez.
Ando pelo corredor e finalmente chego no quarto. Aquele mesmo quarto.
Para adentrá-lo, não preciso de nenhuma chave, pois a porta está entreaberta.
Respiro fundo mais uma vez, abro a porta, entro no quarto e fecho a porta sem olhar para dentro, quase que de olhos fechados.
Viro 360º e acendo a luz.
Um susto!
Lá está ele parado, me olhando.
- Oi! Como você está? - pergunto.
- Claramente melhor que você! - cinicamente ele responde – Você parece diferente...talvez assustado…
- Sim, você me assustou.
- Eu te assustei? Eu que deveria tomar um susto de tão magro que você está! O que aconteceu contigo?
- Não sei...mas devo estar mesmo muito magro. Essa é a terceira vez que escuto isso nessa semana.
- Talvez você devesse dar ouvidos às pessoas que te dizem isso. - essa frase veio acompanhada de uma piscada – Além disto, você parece pálido. Sério, o que houve contigo? Eu prefiro você como era antes!
- Eu também! Realmente não sei o que está acontecendo comigo, mas tenho sentido menos fome e me alimentado menos. Deve ser isso…
- Com certeza é isso! Você só pode ser burro para ficar sem comer. Ou será que está doente e não sabe?
- Não sei. Não acredito que esteja doente, mas quem sabe né? Não faço exames há mais de um ano.
- Por quê? Tem medo de agulha agora?
- Não...esse não é o problema.
- Qual é então?
- Só não tenho conseguido arrumar tempo.
- Isso quer dizer que tem outras prioridades...entendo...mas não era você que queria ter uma aparência melhor, ficar mais bonito e mais forte? Parece que está fazendo exatamente o oposto!
- É, eu sei. Estou fazendo o meu melhor, mas a vida não está fácil.
- Claramente você não está fazendo o seu melhor. Você está sendo patético!
- Beleza, pense o que quiser de mim. Mas vamos falar um pouco de você. Como você realmente está?
- Como você pode ver, eu estou bem. Sempre estou! - essa é uma verdade quando se trada dele...muitas vezes, ele parece ser uma versão melhor de mim.
- É verdade, você parece estar bem, apesar de ter algo diferente em você. Mas ainda não sei o que é!
- Você é muito desatento! Enquanto você emagreceu e parece doente, eu perdi percentual de gordura e estou mais dividido e atlético.
- Humm...deve ser isso. E o seu cabelo, também mudou?
- Sim. Aparentemente, fomos na mesma cabeleireira, pois o corte é exatamente o mesmo!
- Verdade...eu nem me lembrava mais que tinha cortado o cabelo dessa forma.
- Sabe, você anda muito distraído ultimamente. Era só o que me faltava: magrelo, pálido e distraído! O que mais você tem para me mostrar?
- Nada, não vim aqui para te mostrar nada!
- Não? Então para quê você veio dessa vez?
- Eu vim para lhe dizer que fiquei muito magoado da última vez que nos encontramos. Você foi muito cruel comigo!
- Fui mesmo! Afinal, você pede que eu seja assim!
- Não peço não! Tudo que eu queria era que você me aceitasse como eu sou, mas pelo visto isso nunca acontecerá.
- Como você é otário! Fica alimentando esse tipo de expectativa? Merece é sofrer mesmo!
- Viu? Não estou nem há cinco minutos aqui e você já foi cruel várias vezes. Eu não mereço passar por isso.
- Vai embora então, seu babaca! Por que insiste em voltar aqui?
- Não sei...devo ser burro! Eu acreditava que você me amava da mesma forma que eu te amo, mas isso claramente não é uma verdade.
- Lógico que não! Eu não te amo nenhum pouco, embora eu seja dependente de você! Aliás, sem você eu não vivo!
- Você vai ter que arrumar um outro jeito de viver então, porque eu não continuarei com isso. Essa relação é doentia e está me fazendo muito mal!
- Para com isso! Você só fala besteiras. Você pode continuar com isso sim e quer continuar, eu te conheço bem!
- Não! Eu realmente estou cansado de vir aqui satisfazer o teu ego e depois sair triste e pior do que antes.
- Cara, olha ao redor...ninguém está nem aí para os teus problemas. E você fica falando comigo como se eu ligasse. Tudo o que me importa é a tua aparência e a satisfação que você me dá, mas parece que isso acabou porque você está horrível, com cara de doente, magrelo, pálido e ainda é um otár…
[PAH!]
Interrompi o que ele dizia com um soco no meio da cara…
Olhei para a minha mão e ela estava sangrando.
Levantei a cabeça e ele já não estava mais lá, apenas pedaços do espelho quebrado espalhados pelo chão.

sábado, 13 de outubro de 2018

Guerra contra a intolerância

Vivemos em um tempo onde ninguém mais tem paciência para ouvir..
Falar é a regra e a única opção..
Debater é sinal fraqueza:
“Comigo é só na discussão”!

Vivemos em um tempo de famílias divididas,
De nação polarizada..
Discursos de ódio alimentando as mentes
Daqueles que só sabem resolver seus conflitos na base da porrada..

Estou cansado de tanto desamor!
A desesperança já inundou muitos corações..
Estou cansado, mas não desistirei
E continuarei entoando boas canções..

Canções que falem de amor;
Canções que ataquem a ignorância,
Pois muita gente ainda não percebeu
Que a nossa guerra é contra a intolerância!

É tiro de todos os lados..
Para onde olho, há apenas uma gigante confusão:
Gritos de ódio e silêncio de indiferença
E estamos bem no centro, no olho deste furacão ..

Mas eu tomei uma decisão:
Não vou me entregar, não vou desistir;
Ficarei firme e manterei a minha posição,
Pois o dever do forte é lutar e resistir!

Nós somos a resistência!!!
Somos feitos de luz e de amor..
E temos a consciência
De que a nossa hora finalmente chegou!

Então que venha a próxima batalha!
Que 50 milhões marchem em sentido contrário!
Que chova até pedras e canivetes!
Não nos renderemos e esse será o nosso legado!

O pelotão que sobreviveu!
As muralhas que não sucumbiram!
O navio que não naufragou!
Os bons que lutaram e resistiram!

Faça a sua parte:
Espalhe luz e amor!
Não desista e não seja omisso(a),
Seja você a resistência onde quer que for!

domingo, 23 de setembro de 2018

Olhos de primavera

Outono no banheiro
Não há folhas, mas a água vai caindo
Sobre nossos corpos ensaboados
Que cada vez mais vão se unindo

Depois, gotas de suor também decidem cair
Após saírem de nossas peles
Enquanto dançamos interligados
Até chegar a hora de dormir

Inverno no quarto frio e escuro
A luz do dia que já raiou tentando entrar
Pelas brechas da janela
Para nossas peles aquecer e iluminar

As tuas curvas na penumbra
São percorridas pela minha mão
Minha boca no teu pescoço
Arrepios no teu corpo de tanto tesão

É muito bom contemplar
Os teus olhos de primavera ao amanhecer
Ainda mais dóceis e iluminados
Eles me hipnotizam e me prendem a você

O dia que se inicia ao teu lado
É como acordar em Valhalla
Ao tocar teus belos seios
Já fico pronto para mais uma batalha

Por mais cansado que esteja
Por maior que tenha sido a madrugada anterior
Um simples e único beijo na tua boca
É suficiente para me despertar e me libertar de qualquer pudor

Meu corpo é quente como o verão escaldante
Que todos os dias volta para a bela Manaus assolar
A minha língua é forte e resistente
E está sempre disponível para lhe saborear

A tua pele é macia e envolvente
O teu beijo selvagem e delirante
Tua voz doce e cativante
Teu sabor magnífico e viciante

As nossas almas estão conectadas
Por uma paixão sem fim
Que não se cessa nem se acaba
E cada vez mais cresce aqui dentro de mim


quinta-feira, 20 de setembro de 2018

Simplesmente saudade

Saudade de olhar teus olhos flamejantes
Enquanto incendiamos a cidade
Saudade dos teus quadris dançantes
Que comigo se sentem tão à vontade

Saudade de mastigar os teus lábios
Até deixá-los completamente ruborizados
Saudade do cheiro da tua pele
Que não é cocaína, mas fez de mim um viciado

Saudade de montar acampamento
E devorá-la selvagemente bem gostoso
Saudade do cheiro do teu sangue
E do teu gosto mais íntimo e delicioso

Saudade de sentir o teu calor
Enquanto te desbravo por dentro
Saudade dessa nossa imensa conexão
Que cada vez mais vai me envolvendo

Saudade de mais uma noite quente e suada
Explorando cada pequeno pedaço da cama contigo
Saudade de percorrer tuas curvas com as minhas mãos
E mais saudade ainda do teu gemido no meu ouvido

Não faz nem uma semana que não nos vemos
Mas a saudade já veio me visitar
E trouxe de presente este texto
Com tudo que ele me fez lembrar

Espero vê-la logo, amanhã ou depois
Ou no dia que Odin permitir
E que possamos viver novos momentos
Ainda melhores do que os já vividos até aqui

Encerro com este último pensamento
Pois chegou a hora de me despedir
Que Thor sopre então bem forte
E que os ventos levem o meu barco até ti