Além
do bem e do mal
Está
o verdadeiro, o perene
O
único e inigualável real
O
resto é ilusão
Criada
para confundir e enganar
Simplesmente
distorcer a visão
Todos
os rótulos que utilizamos
Para
enquadrar indivíduos e ações
Apenas
limitam seus objetos
Não
passam de prisões
Julgamos
a todo instante
Tudo
o que acontece ao nosso redor
Tentamos
definir em simples palavras
A
complexidade de algo bem maior
Também
buscamos compreender e explicar
Quem
é outro com quem interagimos
De
forma simplória e vulgar
Com
vagos nomes e adjetivos
Mas
tudo não passa de fotografia
Tirada
por alguém que realmente esteve no lugar
Após
percorrer o caminho e sentir o vento na cara
Vivendo
toda a experiência que nenhuma câmera é capaz de captar
Como
não estivemos lá
O
retrato é tudo que podemos observar
Como
não vivemos o que ocorreu
Não
podemos julgar
Porém
julgamos
Tudo
e todos
E
ainda ousamos
Nos
autojulgar
Como
se soubéssemos de algo
Como
se a nós coubesse falar
Quem
tem razão
Qual
é a verdade
Como
se fosse nossa a tenra decisão
Me
parece que a verdade dessa vida é aceitar
Que
nada é permanente, pois o mundo não para de girar
E
tudo é questão de ponto de vista
E
ele varia conforme a forma de olhar
Que
por sua vez também varia
Conforme
o tempo e o lugar
Assim,
não nos cabe julgar
Nem
ser donos de nenhuma verdade
Pois
a não há verdade que resista
Ao
jogo de palavras que utilizamos para nos expressar
Cabe
a nós desrotular os conceitos e preconceitos
Criados,
copiados e replicados
Que
carregamos conosco desde pequenos
E
os que adquirimos também quando crescemos
Cabe
a nós jogar fora toda e qualquer forma de separação
E
abraçarmos a igualdade que nos é inerente
Que
nos interliga por algo que vem do coração
E
nos une como elos da mesma corrente
Alguns
definem isso como amor
Outros
como luz ou matriz divina
Eu
prefiro falar em conexão
Com
a mesma fonte de energia
Energia
esta que nos permeia
E
pulsa em cada átomo do Universo
Que
atravessa corpos sólidos e vácuos vazios
Que
enche de vida cada um desses versos.