Outono no banheiro
Não há folhas, mas
a água vai caindo
Sobre nossos corpos
ensaboados
Que cada vez mais
vão se unindo
Depois, gotas de
suor também decidem cair
Após saírem de
nossas peles
Enquanto dançamos
interligados
Até chegar a hora
de dormir
Inverno no quarto
frio e escuro
A luz do dia que já
raiou tentando entrar
Pelas brechas da
janela
Para nossas peles
aquecer e iluminar
As tuas curvas na
penumbra
São percorridas
pela minha mão
Minha boca no teu
pescoço
Arrepios no teu
corpo de tanto tesão
É muito bom
contemplar
Os teus olhos de
primavera ao amanhecer
Ainda mais dóceis e
iluminados
Eles me hipnotizam e
me prendem a você
O dia que se inicia
ao teu lado
É como acordar em
Valhalla
Ao tocar teus
belos seios
Já fico pronto para
mais uma batalha
Por mais cansado que
esteja
Por maior que tenha
sido a madrugada anterior
Um simples e único
beijo na tua boca
É suficiente para
me despertar e me libertar de qualquer pudor
Meu corpo é quente
como o verão escaldante
Que todos os dias
volta para a bela Manaus assolar
A minha língua é
forte e resistente
E está sempre
disponível para lhe saborear
A tua pele é macia
e envolvente
O teu beijo selvagem
e delirante
Tua voz doce e
cativante
Teu sabor magnífico
e viciante
As nossas almas
estão conectadas
Por uma paixão sem
fim
Que não se cessa
nem se acaba
E cada vez mais
cresce aqui dentro de mim