segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

Brindando a Lua

Vivemos tão cercados de concreto
Que não enxergamos mais o céu;
Ao olharmos para cima,
Vemos sempre o mesmo véu…

É teto, é parede,
Não há nada que remeta ao natural;
É tanto tempo que estamos enclausurados
Que já aceitamos isso como normal;

Nossos carros são blindados,
À prova da luz solar;
Nossos insulfilmes são tão fortes
Que mal conseguimos enxergar

O que está ao nosso redor,
Aquilo que não queremos tocar,
Pois reflete o que há de pior,
As incoerências que não conseguimos mascarar..

Vivemos imersos em tanto barulho
Que não reconhecemos mais o silêncio que nos habita..
Somos movidos somente por instintos básicos,
Como um cão esfomeado sempre em busca de comida..

Mas hoje eu disse não
A tudo que meu coração repele..
Abaixei os vidros do carro
E deixei o Sol tocar a minha pele..

Senti o calor fluir
Pelas minhas veias pulsantes;
Observei a vida passar
Perante meus olhos errantes;

Agora à noite, saí no quintal
E apaguei todas as luzes;
Observei a Lua tão vigorante,
Acompanhada por várias estrelas e algumas poucas nuvens..

Que linda e magnífica ela é..

Tão imponente e serena;
Tão sensata e fugaz;
Tão calma e tranquila
Que encheu minh’alma de paz..

Agora sim, posso dormir,
Visto que a minha missão foi cumprida;
Mais um dia que posso dizer
Que apreciei o que há de melhor na vida.

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