Seja céu!

É fácil manter a paz no alto da montanha

Difícil é fazê-lo quando se está no olho do furacão

Quando seu espírito é quebrado

E você fica sem reação

Quando você tem que carregar nas costas

Aqueles de diversa e estranha opinião

Quando você fica realmente dividido

Entre o conflito e a aceitação

A indiferença é radioativa

E como ela contagia!

Espalha-se pelo ar como um vírus

E se aloja no seu coração

Traz o seu pior eu à tona

Num processo de simbioseficação

E quando o egoísmo assume o controle

Ao outro, só resta a objetificação

Nadando contra a corrente

Busco uma salvação

A encontro apenas na total presença

E na paz da contemplação

Volto a ser céu

Aceito a minha situação

Deixo a desarmonia para trás

E, sorrindo, retorno à minha condição

Eu saí da montanha

Mas a montanha não saiu de mim

Por alguns segundos talvez

Mas tinha que ser assim

Pois somente assim pude ver

Que por mais forte que seja a tempestade

Todos os desafios dessa vida posso vencer

Desde que eu tenha muita força de vontade

Passadas as horas ruins

Olho para trás com alegria

Consegui acalmar a minha mente

E voltar a ficar em harmonia

A paz que buscava sempre esteve aqui

Dentro de onde ninguém pode tirar

Ela estava no silêncio

Que cada um de nós traz exatamente atrás do olhar

Dê o seu melhor

Muitos sucumbem

Aos percalços e aos dramas da rotina

Outros desistem

E abandonam os bons planos na primeira esquina

Dê o seu máximo

E não faça nada de “qualquer jeito”

Independentemente de onde esteja,

Há sempre algo a ser feito

Não busque reconhecimento,

Pois é algo tão fugaz

Se vai com o vento

E não deixa vestígios para trás

Em menos de dez anos,

Ninguém se lembrará de você

Tudo ao seu redor se extinguirá

E não há nada que você possa fazer

Sendo assim, busque a perfeição

A cada ato seu

E não deixe para depois

Uma grande ideia que o Universo lhe deu

Pois o amanhã é incerto

E pode nem chegar a existir

A única coisa que é real é o agora!

Não o deixe se esvair

Quanto à sua necessidade,

Aquela carência infindável por atenção,

Abandone-a o quanto antes

Pois ela não passa de ilusão

Você não precisa de aplausos

Tudo o que necessita encontra-se dentro de você

E não virá de fora

O que você acredita que “falta para lhe preencher”

Toda luz e todo amor

Toda paz e compaixão

No seu eu interior

Dentro do seu coração

Vá e brilhe como o Sol

E acabe com a escuridão

Pois, se o Universo é música,

Sua vida é apenas uma bela canção.

Servidor Público

Domingo, a vida me cobrou de uma forma que há muito não o fazia: tive que fazer uma redação.

O tema da redação era justiça. Tinha um texto (que servia como inspiração) que foi retirado do livro Ética a Nicômaco de Aristóteles, no qual o filósofo grego falava basicamente que justo é aquele que visa sempre - e em primeiro lugar - o bem dos outros e injusto é aquele que visa o seu bem em primeiro lugar a detrimento do bem dos outros.

Fiz a minha redação relacionando o tema com o serviço público.

De uma forma geral, dei ênfase em que o quadro atual do Brasil, em especial a crise econômico-financeira, e os casos de corrupção têm como causa sutil o esquecimento por parte dos servidores públicos envolvidos nos mais diversos escândalos de que o nome “servidor público” significa “aquele que serve ao povo”. Uma vez esquecido isso, aquele que ocupa um (en)cargo público passa a se preocupar primeiramente consigo e deixa o interesse dos outros (o povo) de lado, sendo, nas palavras de Aristóteles, uma pessoa injusta.

Além de me obrigar a usar a criatividade, a vida também me deu uma grande oportunidade de refletir sobre o serviço público.

Sou servidor público há exatos 5 anos e vi de perto o trabalho e o comportamento de muitos tipos de servidores, inclusive aqueles do mais alto escalão (deputados, desembargadores e juízes), e pude notar que em todos os níveis do serviço público há uma legião de pessoas que simplesmente se esqueceram do seu principal papel – SERVIR AO PÚBLICO (AO POVO; À POPULAÇÃO).

São vários os motivos que levam alguém a esquecer disso, desde a desilusão e o sentimento de impotência face ao “sistema” até o simples e puro egoísmo.

Ainda no domingo, vi de perto centenas de pessoas realizando provas com o objetivo de se tornarem servidores públicos. Sei também que grande parte das pessoas que leem as coisas que escrevo almejam se tornar servidores públicos ou já o são. Tudo isso me levou a escrever esse texto como uma súplica a todos para que nunca se esqueçam de que o tão almejado cargo público é, acima de tudo, um servir (se doar em prol de algo).

E para os que já são servidores públicos por direito, que o sejam também de fato! Se doem em prol do público, da sociedade que os remunera tão bem!

Se todos se lembrassem do significado dessas palavras, não haveria corrupção nem tantos casos de mau atendimento. Não haveria desumanidade em nenhuma repartição, em nenhum tribunal, em nenhuma escola, em nenhum hospital.

Não tenho dúvidas de que isso seria um grande passo (exemplo) em direção à transformação que tanto sonhamos (e pouco fazemos) do Brasil.

Não precisa concordar comigo, apenas reflita sobre o assunto.

Correntes invisíveis

São muitos rótulos

São muitas caixas

São muitas ideias que nos aprisionam

É muita carência

Muita solidão

Muitos momentos que nos abandonam

Há muito ódio

Muito preconceito

E tanta coisa errada que nós mesmos criamos

Tanto conflito

Tanta indiferença

E ainda nem sequer sabemos onde estamos

Falta-nos amor

Falta compaixão

Falta-nos aprender a aproveitar o momento

Há muito barulho

Muitas vozes em nossas mentes

Precisamos colocar em prática o tão famigerado “ficar em silêncio”

Quem sabe assim possamos ouvir

O que o nosso coração tem a dizer

Quem sabe assim possamos enxergar

O que está na nossa frente, mas normalmente não conseguimos ver

Se isso acontecer, o amor fluirá

Como o rio que busca o oceano

E a nossa sociedade evoluirá

Para o patamar que tanto sonhamos

Se quebrarmos as correntes

Que nos aprisionam aos velhos conceitos

Enraizados nas nossas mentes

Estaremos livres para ressignificar

Tudo aquilo que precisamos mudar

Aquilo que nos faz ficar doentes

Todo apego

Toda ambição

Todo ódio

Toda luxúria

Todo nunca

Todo não

Diremos então apenas sim

Para o que a vida nos trouxer

Tudo de bom ou de ruim

Estaremos prontos para o que der e vier

Então aja e faça a sua parte

Antes que seu último suspiro seja dado

Pois a vida é breve e está passando

Enquanto você está aqui parado

Convido-lhe a ser luz

Convido-lhe a ser amor

Convido-lhe a ser fonte de alegria

Onde quer que for

Próximo olhar

O tempo passa

Muita coisa muda

Menos você e eu

Não somos mais os mesmos

Hoje, até carregamos alguns pesos

Mas o que sentimos nunca se perdeu

Às vezes, ficamos distantes

Outras vezes, até mesmo ausentes

Mas nos reencontramos no próximo olhar

Nosso vício, nosso desejo

Nosso encontro, nosso beijo

E a imensa vontade de não se desgrudar

Um segundo, uma hora, um dia, um ano

A quantidade de tempo é indiferente

Pois, longe de ti, nada disso tem sentido

Todo tempo é tempo demais sem nós dois

Então chega de dúvidas e de deixar o agora para depois

Segura minha mão e vem comigo

Vamos encontrar os atalhos que unem ainda mais as nossas almas

Vamos caminhar lado a lado por uma longa e bela estrada

Vamos ser e fazer nascer a luz que tanto buscamos

Me dê a chance de fazer a diferença na tua vida

De torná-la cada vez mais leve, iluminada e divertida

E assim fazer valer cada segundo que juntos passamos

Apenas silêncio

Silêncio aqui dentro

Nada mais importa

Nenhum barulho me toca

Todo o caos ficou do lado de fora

Feche os olhos e veja

A magnitude do seu ser

Tudo o que a sua mente esconde

Tudo o que você não consegue perceber

Apenas quando silenciei a minha mente

Pude finalmente me reencontrar

Ao ouvir a voz que vem de dentro

Tornei-me enfim capaz de reconectar

A nossa essência é a mesma

Mas estamos tão distantes

Separados por milhões e milhões de ideias

Que nos tornam de fato tão ignorantes

A vida é bem mais simples do que imaginamos

É leve e pura como gostaríamos que fosse

E a felicidade que tanto buscamos

É apenas uma escolha que podemos fazer

Todo o peso

Toda angústia

Nada disso é real

Toda o sofrimento

Todo o arrependimento

A divisão entre bem e mal

Nenhum amor é tão genuíno

Quanto aquele que vem de dentro

Que não deseja correspondência

Apenas voa livre como o vento

Nós somos vida e não a temos

Não se pode ter o que se é

Não somos eternos nem perenes

Somos a revolução da maré

Fluímos como o rio que desce a montanha

Em busca do tão sonhado encontro com o oceano

No fundo, somos a criança esquecida

Aprisionada em nossos corações

Que apenas quer brincar livremente

E cantar e dançar belas canções

Não busco mais do lado de fora

A cura daquilo que me angustiava

Pois se cada um de nós tem a sua própria história

Cabe apenas a mim escolher qual vai ser a minha estrada