quarta-feira, 29 de março de 2017

Servidor Público

Domingo, a vida me cobrou de uma forma que há muito não o fazia: tive que fazer uma redação.

O tema da redação era justiça. Tinha um texto (que servia como inspiração) que foi retirado do livro Ética a Nicômaco de Aristóteles, no qual o filósofo grego falava basicamente que justo é aquele que visa sempre - e em primeiro lugar - o bem dos outros e injusto é aquele que visa o seu bem em primeiro lugar a detrimento do bem dos outros.

Fiz a minha redação relacionando o tema com o serviço público.

De uma forma geral, dei ênfase em que o quadro atual do Brasil, em especial a crise econômico-financeira, e os casos de corrupção têm como causa sutil o esquecimento por parte dos servidores públicos envolvidos nos mais diversos escândalos de que o nome “servidor público” significa “aquele que serve ao povo”. Uma vez esquecido isso, aquele que ocupa um (en)cargo público passa a se preocupar primeiramente consigo e deixa o interesse dos outros (o povo) de lado, sendo, nas palavras de Aristóteles, uma pessoa injusta.

Além de me obrigar a usar a criatividade, a vida também me deu uma grande oportunidade de refletir sobre o serviço público.

Sou servidor público há exatos 5 anos e vi de perto o trabalho e o comportamento de muitos tipos de servidores, inclusive aqueles do mais alto escalão (deputados, desembargadores e juízes), e pude notar que em todos os níveis do serviço público há uma legião de pessoas que simplesmente se esqueceram do seu principal papel – SERVIR AO PÚBLICO (AO POVO; À POPULAÇÃO).

São vários os motivos que levam alguém a esquecer disso, desde a desilusão e o sentimento de impotência face ao “sistema” até o simples e puro egoísmo.

Ainda no domingo, vi de perto centenas de pessoas realizando provas com o objetivo de se tornarem servidores públicos. Sei também que grande parte das pessoas que leem as coisas que escrevo almejam se tornar servidores públicos ou já o são. Tudo isso me levou a escrever esse texto como uma súplica a todos para que nunca se esqueçam de que o tão almejado cargo público é, acima de tudo, um servir (se doar em prol de algo).

E para os que já são servidores públicos por direito, que o sejam também de fato! Se doem em prol do público, da sociedade que os remunera tão bem!

Se todos se lembrassem do significado dessas palavras, não haveria corrupção nem tantos casos de mau atendimento. Não haveria desumanidade em nenhuma repartição, em nenhum tribunal, em nenhuma escola, em nenhum hospital.

Não tenho dúvidas de que isso seria um grande passo (exemplo) em direção à transformação que tanto sonhamos (e pouco fazemos) do Brasil.

Não precisa concordar comigo, apenas reflita sobre o assunto.

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