Domingo,
a vida me cobrou de uma forma que há muito não o fazia: tive que
fazer uma redação.
O
tema da redação era justiça. Tinha um texto (que servia como
inspiração) que foi retirado do livro Ética a Nicômaco de
Aristóteles, no qual o filósofo grego falava basicamente que justo
é aquele que visa sempre - e em primeiro lugar - o bem dos outros e
injusto é aquele que visa o seu bem em primeiro lugar a detrimento
do bem dos outros.
Fiz
a minha redação relacionando o tema com o serviço público.
De
uma forma geral, dei ênfase em que o quadro atual do Brasil, em
especial a crise econômico-financeira, e os casos de corrupção têm
como causa sutil o esquecimento por parte dos servidores públicos
envolvidos nos mais diversos escândalos de que o nome “servidor
público” significa “aquele que serve ao povo”. Uma vez
esquecido isso, aquele que ocupa um (en)cargo público passa a se
preocupar primeiramente consigo e deixa o interesse dos outros (o
povo) de lado, sendo, nas palavras de Aristóteles, uma pessoa
injusta.
Além
de me obrigar a usar a criatividade, a vida também me deu uma
grande oportunidade de refletir sobre o serviço público.
Sou
servidor público há exatos 5 anos e vi de perto o trabalho e o
comportamento de muitos tipos de servidores, inclusive aqueles do
mais alto escalão (deputados, desembargadores e juízes), e pude
notar que em todos os níveis do serviço público há uma legião de
pessoas que simplesmente se esqueceram do seu principal papel –
SERVIR AO PÚBLICO (AO POVO; À POPULAÇÃO).
São
vários os motivos que levam alguém a esquecer disso, desde a
desilusão e o sentimento de impotência face ao “sistema” até o
simples e puro egoísmo.
Ainda
no domingo, vi de perto centenas de pessoas realizando provas com o
objetivo de se tornarem servidores públicos. Sei também que grande
parte das pessoas que leem as coisas que escrevo almejam se tornar
servidores públicos ou já o são. Tudo isso me levou a escrever
esse texto como uma súplica a todos para que nunca se esqueçam de
que o tão almejado cargo público é, acima de tudo, um servir (se
doar em prol de algo).
E
para os que já são servidores públicos por direito, que o sejam
também de fato! Se doem em prol do público, da sociedade que os
remunera tão bem!
Se
todos se lembrassem do significado dessas palavras, não haveria
corrupção nem tantos casos de mau atendimento. Não haveria
desumanidade em nenhuma repartição, em nenhum tribunal, em nenhuma escola, em nenhum hospital.
Não
tenho dúvidas de que isso seria um grande passo (exemplo) em direção
à transformação que tanto sonhamos (e pouco fazemos) do Brasil.
Não
precisa concordar comigo, apenas reflita sobre o assunto.
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