Hoje
acordei com uma pergunta atípica, estranha, mas que faz todo o
sentido:
“quem
é o seu prefeito?” - foi a primeira coisa que pensei, ainda de
olhos fechados.
Esta
pergunta poderia ser facilmente respondida de forma objetiva ao
pensar em quem administra a cidade onde moro, mas não me pareceu ser
o tipo de resposta adequada.
Ela
exigia maior profundidade e entrega.
Após
muita reflexão, a entendi como um duplo grito de socorro da minha
mente suplicando que eu: 1) pare de procrastinar, tendo em vista a
proximidade de um grande desafio ao qual devo estar preparado da
melhor forma; 2) identifique e compreenda de uma vez por todas
quem realmente administra a minha vida.
Quanto
ao primeiro ponto, percebo-o como de maior impacto imediato, pois as
consequências serão sentidas em alguns dias.
Com
uma prova de concurso marcada para menos de 3 semanas, a emergência
deixou de ser artigo de luxo e passou a ser algo extremamente
necessário. Mesmo assim, tenho falhado drasticamente com o meu
planejamento. Não que não tenha me dedicado, mas tenho
despendido menos tempo ao estudo do que havia planejado.
A
pergunta que me veio, além de reacender a chama da emergência,
permitiu que eu identificasse quem são os principais ladrões do meu
tempo: conversas e reflexões sobre temas demasiadamente humanos e
incontáveis visualizações a vídeos do youtube.
Neste
meu momento de vida, todo tempo é fundamental e precisa ser bem
utilizado com foco exclusivo ao acúmulo de informações necessárias
para que seja feita a pontuação necessária para a aprovação na
prova. Assim, qualquer outra coisa que destoe disto acaba sendo prejudicial a
este objetivo, por melhor que seja.
Conversar
sobre temas relacionados a nossa humanidade é algo maravilhoso e
que, em regra, faz muito bem. É o tipo de coisa que “enche a alma”
e “faz brilhar os olhos”.
Já
o youtube, como toda rede social, é programado para roubar o máximo
da nossa atenção e do nosso tempo. E eu me viciei nisso.
Tempos
atrás, tive que lidar com vícios em acesso a facebook e instagram.
Cada um foi uma luta, mas consegui superar.
O
vício em facebook exigiu um total isolamento do celular e de outras
redes sociais. Fiz um “facebookcídio” bem exitoso e consegui
superá-lo.
Quanto
ao instagram, a superação dele foi diferente. Ela veio sem precisar
me isolar, mas hoje veio que custou um preço caro. Na prática, o
que fiz foi trocar um vício por outro: saí do instagram e mergulhei
de cabeça no youtube. E de lá não saí mais.
Percebido
o que me faz procrastinar e perder o já pouco tempo extremamente
útil que tenho, resta-me assumir o papel de “prefeito” do meu
tempo e administrá-lo melhor, usando-o conforme o meu interesse e
não para atender a pequenos prazeres imediatos.
Ao
me aprofundar nesta reflexão, surgiram os questionamentos mais
importantes (o 2° ponto): o que está por trás dos meus interesses,
das minhas vontades e do rumo que a minha vida está tomando a cada
momento? Quem é o verdadeiro “prefeito da minha vida”?
Tentando
buscar respostas claras, encontrei mais dúvidas.
Sabe,
somos influenciados por tantas coisas que fica difícil saber quem
realmente somos; se existe de fato um “realmente sou” sem
influência alguma…
Precisarei
de mais tempo (talvez anos) para responder a essas questões e,
conforme disse anteriormente, o pouco tempo disponível que tenho
agora é algo que escolho usar de outra forma pelos próximos dias.
MAS
a simples reflexão, mesmo sem respostas, foi extremamente válida
para trazer consciência a cada momento e a cada nova escolha que
tomar daqui para frente, desde a escolha de dedicar 45min para
escrever este texto em vez de estudar até as decisões mais
complexas que, com certeza, terei que tomar em algum momento.
Consciência
é a chave desta curta vida que temos e é algo que valorizo muito.
Sendo
assim, despeço-me repassando a você a pequena pílula de consciência que ganhei do
Universo nesta manhã:
Quem
é o verdadeiro prefeito da sua vida?