Quando
a angústia domina, é gerado um aperto no peito
Que
estrangula ainda mais o já sufocado coração
Não
me resta outra saída, a não ser repensar o caminho,
Deixar
tudo para trás e seguir em outra direção
Quando
a mente se perde e paro de usar a razão,
Entrego-me
ao momento e esqueço de manter aquela imagem
Que
demorei tanto para criar e que carrego comigo sem saber o real
motivo,
Pois
a verdade é que só me sinto vivo quando sou tomado pelo meu lado
selvagem
Quando
fecho os olhos e me jogo de cabeça no desconhecido
Quando
me lambuzo e sugo cada gota do tutano da vida
Sem
pensar nas consequências, sem temer o perigo
Dos
instantes que verdadeiramente valem a pena de serem vividos
Mas
correntes nos tornozelos me mantém aprisionado
A
uma sociedade a qual eu não pertenço,
Não
me adéquo; até finjo, mas realmente não me encaixo,
Pois
suas regras e dogmas apenas me deixam cada vez mais tenso
São
vários valores e obrigações que não fazem sentido para mim
Que
devem ter sido criados por pessoas que desconhecem o prazer em viver
Pois
castram a mais pura natureza que nos é latente
E
tornam morna a vida daqueles que a seguem cegamente
Mas
uma vida morna não é algo que me apetece
Não
nasci para seguir os passos de ninguém,
Nem
para ter um lugar para chamar de meu
Sou
filho do vento, da velocidade e da estrada
Sou
do tipo que se arrepende do que fez de errado,
Mas
jamais daquilo de que ainda não viveu
Eu
brindo à liberdade, aos amores errantes e aos amigos ausentes,
Pois
brindar ao que já se tem simplesmente não faz sentido
Também
brindo a uns tais de deuses novos e antigos
Aos
quais lhe confesso que, no fundo, não acredito
A
boêmia que pulsa em meu peito é quem me faz dançar
E
cantar bem alto a bela música que sai daqui de dentro
Mas,
às vezes, apenas o silêncio é capaz de me comportar:
É
quando a poesia extravasa e dá vazão a todo este sentimento
Aliviando
a angústia que envenena em doses homeopáticas
E
que vai me matando aos poucos dia a dia;
Que
é causa de tantas reflexões homéricas,
Que muitas vezes estragam pequenos momentos de alegria
Mas,
para terminar de forma otimista este manifesto,
Convido-lhe
a uma breve reflexão:
Se a
dor é inevitável e o sofrimento é uma escolha,
Não
é questão de escolha deixar ir todo peso que se carrega no coração?
Então
pare de trair a si mesmo
E
busque viver aquilo que lhe faz sentir-se inteiro
Aquilo
que faria se tivesse apenas mais 6 meses de vida
Tudo
o que não deixaria de experimentar antes da hora de sua partida...
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