selva de pedras
céu nublado
ruas e ruas
de puro asfalto
a maior das metrópoles
tu és São Paulo
um pouco de tudo
bem misturado
quantas cores há em tuas ruas?
quanto cinza no teu céu?
quantos amores perdidos?
quanta vida debaixo do véu?
trânsito intenso
cigarros estragados
pelas vidas tragadas
dos que vêm de baixo
realidades paralelas
sobre o mesmo bueiro
não importa quem é retardatário
ou quem foi que chegou primeiro
no final das contas
todos nós seremos objeto de trabalho
do mesmo coveiro
e a nossa morada também será coberta
por um manto de concreto
aí finalmente seremos iguais
estaremos bem perto
debaixo de tantos prédios
longe de tanta desigualdade
debaixo das quebradas
fundidos com o coração de pedra
desta metrópole selvagem
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