quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Imagine um mundo sem muros.

Ao longo do tempo, o homem cria muros para se proteger.

Muralhas protegiam os castelos na Idade Média. Muros protegem as nossas casas hoje.

Mas os muros não apenas protegem, os muros separam, segregam.

Muros separam as nossas casas das casas dos vizinhos. Muros mantém os presidiários no presídio e os segregam do resto da sociedade. Muros nos separam da natureza que constantemente tenta retomar o terreno que sempre foi dela.

Muros separaram e ainda separam os homens por diversos motivos:
  • A China passou 20 séculos construindo a muralha de 8.850 Km de comprimento para defender-se dos ataques dos povos nômades do norte;
  • Um muro bem menor, mas de maior importância histórica atravessou Berlim e dividiu o mundo durante a Guerra Fria;
  • Outros muros também construídos no período pós-2ª Guerra Mundial, foram os muros da Irlanda do Norte. Estes foram construídos para separar os católicos, apoiadores da unificação da Irlanda, dos protestantes, favoráveis à permanência da integração da Irlanda do Norte com o Reino unido. Tendo como mais famoso o Muro de Belfast (capital da Irlanda do Norte), estes muros duram até hoje, mas estão com os dias contados. A previsão é que até 2023 sejam todos eles destruídos;
  • Na ilha do Chipre, após a sua independência na década de 60, vários conflitos ocorreram entre a sua população (a maioria de origem grega e uma minoria de origem turca), gerando a necessidade de intervenção esterna para que um “cessar fogo” fosse efetivado. Criou-se então uma zona de paz, chamada de linha verde, que dividiu o território cipriota em dois. Essa linha atualmente, também chamada de “zona de tampão”, separa as duas comunidades através de uma combinação de barricadas, sacos de areia, arame farpado e postos de guarda;
  • Tendo o início da sua construção em 1994, o muro que separa a fronteira dos Estados Unidos da América com o México tem por objetivo impedir a entrada de imigrantes ilegais que buscam melhores condições de vida ao entrar clandestinamente no território estadunidense;
  • Mais atual, tendo início em 2002, o Muro da Cisjordânia (também chamado de Muro de Israel) foi criado para servir de barreira entre o território árabe da região da Cisjordânia e o território judeu, representado pelo Estado de Israel;
  • Em 2014, a Arábia Saudita terminou o muro de 900 quilômetros construído no deserto para separar a sua fronteira com o Iraque. O objetivo deste muro é impedir a entrada de pessoas, armas e mercadorias, contendo, assim, possíveis ofensivas terroristas jihadistas iraquianos e de membros do Estado Islâmico.
Analisando esses exemplos, nota-se que os muros criados sob as mais diversas justificativas foram, na verdade, criados em decorrência da nossa incapacidade de comunhão com os demais da nossa espécie.

Não aceitamos os demais como eles são e dessa falta de empatia e compaixão surgem os sentimentos que substanciam os diversos conflitos que sempre assolaram a humanidade. 

Sentimentos como intolerância, inveja, cobiça, ambição, medo, ódio, preconceito, egoísmo, entre outros similares, além de criarem muros que nos separam dos demais, refletem a ausência do principal sentimento que existe: o amor.

Jonh Lennon combateu todas as espécies de muros que separam os homens na sua clássica música “Imagine”, cuja tradução transcrevo abaixo.

Imagine não haver o paraíso
É fácil se você tentar
Nenhum Inferno abaixo de nós
Acima de nós, só o céu


Imagine todas as pessoas
Vivendo o presente


Imagine que não houvesse nenhum país
Não é difícil imaginar
Nenhum motivo para matar ou morrer
E nem religião, também


Imagine todas as pessoas
Vivendo a vida em paz


Você pode dizer que eu sou um sonhador
Mas eu não sou o único
Espero que um dia você junte-se a nós
E o mundo será como um só


Imagine que não ha posses
Eu me pergunto se você pode
Sem a necessidade de ganância ou fome
Uma irmandade dos homens


Imagine todas as pessoas
Partilhando todo o mundo


Você pode dizer que eu sou um sonhador
Mas eu não sou o único
Espero que um dia você junte-se a nós
E o mundo viverá como um só”


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