Hoje,
após o trabalho, parei em uma loja e comprei algumas coisas.
Quando
estava pagando a conta, notei que a funcionária que me
atendia estava olhando assustada para a porta de vidro da loja.
Do
outro lado do vidro estava um homem alto, muito sujo, com machucados
no rosto e nos braços e um olhar curioso/irritado. Ele também
estava muito agitado, andando de um lado para o outro, gesticulando
com as mãos, falando algo que não dava para entender..
Após
o segurança da loja se aproximar da porta, ele deu uma encarada e
saiu de perto; foi na direção dos carros, fez uma cruz (+) em todos
os carros e na placa da loja e seguiu o seu caminho..
Eu
disse “se está fazendo uma cruz, então ele está nos
abençoando...ou nos jurando de morte..”.
Terminei
de pagar a conta e fui embora.
Quando
saía do estacionamento da loja, vi que o homem estava vagando pela
rua, desorientado; os carros - com muita dificuldade - desviavam
dele.
Segui
o meu caminho, acompanhado-o com os olhos enquanto ele continuava sua
jornada sem destino.
Me
perguntei o que leva uma pessoa a ficar nesse estado, tão perdido,
desorientado, sem propósito?
Uma
outra dúvida me veio à cabeça: será que ele é tão diferente
assim da maioria das pessoas?
Após
alguns segundos de uma superficial reflexão, cheguei à conclusão
de que muitos ao meu redor estão exatamente assim: perdidos,
desorientados, sem propósito…
Não
é de se estranhar porque temos tantos maus profissionais no mercado;
porque tem tanta gente deslocada..
É
garçom, motorista de ônibus, servidor público, médico, advogado,
professor, juiz, dentista, frentista, engenheiro...tanta gente na
profissão errada; tanta gente atuando sem amor e sem nenhum pingo de
vocação.
Vejo muita gente vivendo uma vida vazia por ter desaprendido a sonhar;
Vejo muita gente perdida, sem saber o que fazer da vida, sem ao menos saber onde realmente está;
Vejo muita gente automatizada, com o coração de enrijecido por falta de amor;
Vejo também muita gente sendo hostilizada por pessoas impacientes, estressadas, frustradas por não aceitarem o próprio labor...
...e por não terem coragem de jogar tudo para o alto e seguirem as vozes de seus próprios corações...
Vejo muita gente sofrida sobrevivendo sem paixão, fazendo tudo apenas por fazer, sem amor;
O
que seria do mundo se todo mundo fizesse apenas o que ama?
Ou,
melhor, o que seria se todo mundo amasse o que faz?
Você
faz ou se prepara para no futuro fazer algo que ama?
Você
sente que está caminhando no seu propósito? Ou o seu único
condutor é o dinheiro?
São
perguntas difíceis, mas acho que um bom critério balizador para
respondê-las é a humanidade envolvida nos teus atos.
Você
age com humanidade enquanto faz o que faz? Ou apenas cumpre metas?
Para
a sua atividade, as outras pessoas são seres humanos ou números? E
você as trata como realmente são ou de forma diversa?
Você
consegue sentir compaixão por aquele que você serve? - sim, todos
servimos de alguma forma..basta olhar para cada uma das profissões
que citei como exemplo para notar que cada um deles quando atua serve
a alguém.
Aliás, a quem você serve? Você o faz com amor? É o seu melhor eu que age
quando você faz a sua atividade?
Faça o seu melhor agora! Sirva ao mundo a sua melhor versão!
Por
um mundo com mais pessoas conectadas com o propósito individual e
coletivo!
Por
um mundo mais humano e amoroso!