segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

Caminhamos perdidos pela rua

Hoje, após o trabalho, parei em uma loja e comprei algumas coisas.
Quando estava pagando a conta, notei que a funcionária que me atendia estava olhando assustada para a porta de vidro da loja.
Do outro lado do vidro estava um homem alto, muito sujo, com machucados no rosto e nos braços e um olhar curioso/irritado. Ele também estava muito agitado, andando de um lado para o outro, gesticulando com as mãos, falando algo que não dava para entender..
Após o segurança da loja se aproximar da porta, ele deu uma encarada e saiu de perto; foi na direção dos carros, fez uma cruz (+) em todos os carros e na placa da loja e seguiu o seu caminho..
Eu disse “se está fazendo uma cruz, então ele está nos abençoando...ou nos jurando de morte..”.
Terminei de pagar a conta e fui embora.
Quando saía do estacionamento da loja, vi que o homem estava vagando pela rua, desorientado; os carros - com muita dificuldade - desviavam dele.
Segui o meu caminho, acompanhado-o com os olhos enquanto ele continuava sua jornada sem destino.

Me perguntei o que leva uma pessoa a ficar nesse estado, tão perdido, desorientado, sem propósito?

Uma outra dúvida me veio à cabeça: será que ele é tão diferente assim da maioria das pessoas?

Após alguns segundos de uma superficial reflexão, cheguei à conclusão de que muitos ao meu redor estão exatamente assim: perdidos, desorientados, sem propósito…
Não é de se estranhar porque temos tantos maus profissionais no mercado; porque tem tanta gente deslocada..

É garçom, motorista de ônibus, servidor público, médico, advogado, professor, juiz, dentista, frentista, engenheiro...tanta gente na profissão errada; tanta gente atuando sem amor e sem nenhum pingo de vocação.

Vejo muita gente vivendo uma vida vazia por ter desaprendido a sonhar;
Vejo muita gente perdida, sem saber o que fazer da vida, sem ao menos saber onde realmente está;
Vejo muita gente automatizada, com o coração de enrijecido por falta de amor;
Vejo também muita gente sendo hostilizada por pessoas impacientes, estressadas, frustradas por não aceitarem o próprio labor...
...e por não terem coragem de jogar tudo para o alto e seguirem as vozes de seus próprios corações...

Vejo muita gente sofrida sobrevivendo sem paixão, fazendo tudo apenas por fazer, sem amor;

O que seria do mundo se todo mundo fizesse apenas o que ama?

Ou, melhor, o que seria se todo mundo amasse o que faz?

Você faz ou se prepara para no futuro fazer algo que ama?

Você sente que está caminhando no seu propósito? Ou o seu único condutor é o dinheiro?

São perguntas difíceis, mas acho que um bom critério balizador para respondê-las é a humanidade envolvida nos teus atos.

Você age com humanidade enquanto faz o que faz? Ou apenas cumpre metas?

Para a sua atividade, as outras pessoas são seres humanos ou números? E você as trata como realmente são ou de forma diversa?

Você consegue sentir compaixão por aquele que você serve? - sim, todos servimos de alguma forma..basta olhar para cada uma das profissões que citei como exemplo para notar que cada um deles quando atua serve a alguém.

Aliás, a quem você serve? Você o faz com amor? É o seu melhor eu que age quando você faz a sua atividade?

Faça o seu melhor agora! Sirva ao mundo a sua melhor versão!
Por um mundo com mais pessoas conectadas com o propósito individual e coletivo!
Por um mundo mais humano e amoroso!

Nenhum comentário:

Postar um comentário