domingo, 26 de julho de 2020

vulnerável

notícias que não busco
chegam até mim como flechas
que atravessam o meu peito
e acertam em cheio o meu coração
estou vulnerável, indefeso
sem escudo ou proteção
pois tirei a minha armadura
e tudo o que mais me impedia de sentir
agora sinto todas as dores
das quais eu sempre fugi
sei que a verdade dos fatos
é que tudo isso é apenas a minha interpretação
mas esta imensa dor é tão real
que não parece ser fruto da imaginação
dói demais a solidão
e a incerteza do próximo passo
quando se perde o seu próprio chão
a base que te sustenta
o néctar que alimenta
a energia que aquecia o meu coração
agora tudo está tão vazio
nada mais faz sentido
aqui dentro um gélido sentimento frio
fez de mim o seu abrigo
e tornou-se a minha prisão
sem saída, sem possibilidade de fuga
sem chance de luta
pois me acompanha onde quer que eu vá
em qualquer direção
como uma sombra 
segue os meus passos
e me reencontra a cada esquina
como um carrasco
prende e tortura a minha alegria
e, no final, a assassina
não deixando vestígios
ou qualquer esperança
de que um dia reencontre a paz perdida
ou adquira um pouco de temperança

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