segunda-feira, 13 de julho de 2015

Black

Há exatos 3 anos, eu sofria uma das surras mais duras da minha vida.
Há 3 anos, eu tive a minha primeira grande perda.
Não que eu já não tivesse perdido alguém antes, afinal, tinha sim, mas antes daquele dia eu não tinha maturidade suficiente para vivenciar exatamente o que é perder de verdade alguém que se ama. No caso, eu perdi um ser com o qual eu tinha uma ligação muito especial. Foi a primeira das minhas perdas caninas pós-infância. E foi, de cara, a pior. 
Após esse fato, eu sofri mais algumas vezes ao perder outros cachorros e algumas pessoas que fizeram parte da minha vida. Sofri muito algumas vezes, mas nada como a dor da primeira perda.
No dia 13 de julho de 2012 eu tive meu coração partido quando o mundo tirou da minha vida aquela criatura tão irreverente, inteligente, amável e especial. Eu a amei de verdade...ainda amo. Afinal, um amor verdadeiro não é superado por nada, nem mesmo pela morte.
De lá pra cá, tive vários cachorros. De todos, uma em especial me lembra muito a minha amada Black. Lembra tanto que eu até pensava que era a reencarnação da própria (às vezes ainda tenho dúvidas sobre isso). A Belinha tem o mesmo porte, a mesma cor dos olhos, a tão rara inteligência esperta ou esperteza inteligente da Black...isso sem falar dos inúmeros "trejeitos", como o fato de não lamber nunca ou de piscar de vez em quando.
Mas o meu objetivo desse texto não é apenas lembrar de um dia triste ou comparar cachorros especiais para mim; o meu objetivo é falar da importância de vivermos o luto e da importância maior ainda de superarmos o mesmo.
Após a tragédia da minha vida em 2012, eu pensei por várias vezes em não ter mais cachorros e até mesmo cheguei a pensar que não seria capaz de amar mais nenhum cachorro da mesma forma. Nenhuma das duas coisas aconteceu. Bom, de certa forma, nunca amai nenhum cachorro da mesma forma, mas consegui amar bastante alguns, talvez até mais do que amei a Black - do que amo.
A dor de uma perda não pode ser maior do que a alegria dos demais ganhos. Nada na vida acontece por acaso, tudo tem uma razão de ser.
Ao longo dos últimos anos, eu descobri que a morte é, acima de tudo, uma aula para os que ficam. Sei que sentimos dor e sofrimento indescritíveis ao perder alguém que nos importamos, mas até mesmo a mais trágica ou aparentemente sem lógica morte tem um aprendizado para os que ficam.
Se a morte por si não tiver nada a acrescentar, a dor da perda tem. Essa dor nos ensina a valorizar o que ainda temos. Essa dor nos ensina a amar mais e a sermos mais pacientes. Essa dor nos torna homens e mulheres melhores.
Mas para enxergar isso precisamos sofrer algumas vezes...
Precisamos vivenciar o luto e a dor para adquirirmos a serenidade necessária para encarar eventos deste tipo.
Perdas, separações, angústias e apertos no peito. Isso faz parte da vida. A morte faz parte da vida. Tudo isso é um ciclo do qual fazemos parte.
Precisamos viver o luto de uma perda, afundar até onde for necessário, pegar impulso no fundo do poço e subir o mais rápido possível. Precisamos seguir em frente e voltar a sorrir.

Termino esse texto com o link de uma nota que eu fiz no facebook no dia 24/7/2012 (Anjo Negro - https://www.facebook.com/notes/327207760706676/) e  e uma música escrita por mim no dia seguinte da morte da Black:

Black
“Sinto sono, cansaço...
Vestígios da noite em claro
Que passei pensando em você
Lembrando-me de tudo que vivemos juntos,
Da felicidade que despertava em meu coração ao te reencontrar

Você para sempre estará presente, marcada na minha pele...
Mesmo quando cansada estiver minha mente, eu não te esquecerei (em nenhum momento)
E mesmo quando ausente, sempre sentirei o calor do teu abraço
(me esquentando nos dias frios)

Sua memória será o exemplo a ser seguido... Daqui pra frente
Como eu queria estar contigo... Só agora... E depois mais um pouco
Eu poderia te dizer o quanto te amo
E o teu sorriso seria meu conforto

Você se foi antes da hora
Somente quis dar uma volta lá fora
E não sabia que
não iria mais voltar

Quando soube da tragédia que lhe acontecera
Fiquei sem reação, não sabia o que fazer,
Eu não quis acreditar
Somente sentia um aperto no meu peito
Não conseguia nem pensar...

Quando te vi pela última vez...
Você já estava fria, Mas com brilho no olhar
Isso me deu esperanças de que tudo era mentira, Um pesadelo do qual estava prestes a acordar.
Mas quando percebi que tudo era verdade, Que eu tinha chegado tarde,
Comecei a chorar

Sua memória será o exemplo a ser seguido... Daqui pra frente
Como eu queria estar contigo... Só agora... E depois mais um pouco
Eu poderia te dizer o quanto te amo
E o teu sorriso seria meu conforto”
 


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