segunda-feira, 27 de julho de 2015

E se fosse com você?*

Sabe aqueles dias em que as coisas dão errado?
Sabe aqueles dias em que nada sai do jeito que queríamos?
Sabe aquela sensação de que todo o nosso esforço foi completamente em vão?

Pois bem, hoje meu dia foi assim.

Hoje presenciei uma injustiça ocorrendo desde a sua concepção.
Tentei evitá-la. Lutei bastante. Argumentei o máximo que pude. Era algo muito além do meu controle.
Assisti tudo de camarote e não pude fazer nada.
Sofri bastante.

Passada a decepção que o momento de angústia me causou, comecei a refletir sobre a seguinte questão: o que eu faria se fosse o injustiçado?
Assim, cheguei à conclusão de que, quando sofremos uma injustiça, abre-se um leque de caminhos a serem tomados:

1. Aceitar passivelmente a situação e “deixar pra lá”.

Isso eu não admito. Afinal, é melhor se arrepender de ter feito algo do que se arrepender de ter deixado de agir quando poderia ter agido. No passado, já cometi erros do tipo, mas a omissão é algo que não faz mais parte da minha vida. Excluir da sua vida essa possibilidade é a forma mais eficaz de conseguir viver mais feliz consigo mesmo.
Falo isso para fatos imediatos, que estão ocorrendo ou aconteceram há pouco tempo.
Quando falamos de fatos que já ocorreram há muito tempo, essa opção é a mais sensata, embora nunca seja a mais fácil de ser tomada, visto que um “deixar pra lá” sincero exige um “desorgulho” muito grande.

2. Querer vingança.

Como bons seres humanos, quando sofremos uma injustiça, normalmente desejamos vingança. Embora em muitas vezes seja uma alternativa melhor do que a primeira, sentir isso demonstra que estamos muito longe de alcançar um estado sublime de desenvolvimento espírito/mental.
Como diria Seu Madruga: “a vingança nunca é plena: mata a alma e a envenena”.
Desejar vingança, apesar de ser algo compreensível (aquele que nunca desejou que atire a primeira pedra), é algo que faz mal a todos os envolvidos, principalmente ao seu “mentor”. Como é algo negativo, que gera karma igualmente negativo, a vingança deve ser evitada, assim como os pensamentos e desejos que a deram origem.

3. Recorrer.

Dependendo da injustiça sofrida, é plenamente possível recorrer.
Enquanto para muitos recorrer é atitude de alguém inconformado, para outros é a única chance de ter esperanças de que a justiça prevalecerá no final.
O recurso não deve ser encarado um “espernear” de uma criança mimada; deve ser visto como o último suspiro antes de um salto de bungee jump, onde não sabemos se tem volta ou não, se a corda aguentará o tranco ou se ela arrebentará como uma velha liga amarela.
Quando recorremos a algo ou a alguém, desejamos que sejam supridas as falhas existentes ou, pelo menos, atenuadas, evitando, assim, o prejuízo maior gerado pela injustiça cometida.

Voltando ao caso concreto, eu realmente não sei o que se passa na cabeça do injustiçado, assim como não tenho ideia se ele irá abrir mão, procurar vingança ou recorrer, mas eu, no lugar dele, tentaria recorrer em primeiro lugar.
O recurso poderia fazer a justiça prevalecer no final.
Se não desse certo, só me restaria aceitar e deixar pra lá.

Se fosse num caso em que não se tem a quem recorrer, a opção mais plausível seria envenenar um pouco a alma.

*Texto publicado originalmente no blog Amazonow: 




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