Sabe
aqueles dias em que as coisas dão errado?
Sabe
aqueles dias em que nada sai do jeito que queríamos?
Sabe
aquela sensação de que todo o nosso esforço foi completamente em
vão?
Pois
bem, hoje meu dia foi assim.
Hoje
presenciei uma injustiça ocorrendo desde a sua concepção.
Tentei
evitá-la. Lutei bastante. Argumentei o máximo que pude. Era algo
muito além do meu controle.
Assisti
tudo de camarote e não pude fazer nada.
Sofri
bastante.
Passada
a decepção que o momento de angústia me causou, comecei a refletir
sobre a seguinte questão: o que eu faria se fosse o injustiçado?
Assim,
cheguei à conclusão de que, quando sofremos uma injustiça, abre-se
um leque de caminhos a serem tomados:
1.
Aceitar passivelmente a situação e “deixar pra lá”.
Isso
eu não admito. Afinal, é melhor se arrepender de ter feito algo do
que se arrepender de ter deixado de agir quando poderia ter agido. No
passado, já cometi erros do tipo, mas a omissão é algo que não
faz mais parte da minha vida. Excluir da sua vida essa possibilidade
é a forma mais eficaz de conseguir viver mais feliz consigo mesmo.
Falo
isso para fatos imediatos, que estão ocorrendo ou aconteceram há
pouco tempo.
Quando
falamos de fatos que já ocorreram há muito tempo, essa opção é a
mais sensata, embora nunca seja a mais fácil de ser tomada, visto
que um “deixar pra lá” sincero exige um “desorgulho” muito
grande.
2.
Querer vingança.
Como
bons seres humanos, quando sofremos uma injustiça, normalmente
desejamos vingança. Embora em muitas vezes seja uma alternativa
melhor do que a primeira, sentir isso demonstra que estamos muito
longe de alcançar um estado sublime de desenvolvimento
espírito/mental.
Como
diria Seu Madruga: “a vingança nunca é plena: mata a alma e a
envenena”.
Desejar
vingança, apesar de ser algo compreensível (aquele que nunca
desejou que atire a primeira pedra), é algo que faz mal a todos os
envolvidos, principalmente ao seu “mentor”. Como é algo
negativo, que gera karma igualmente negativo, a vingança deve ser
evitada, assim como os pensamentos e desejos que a deram origem.
3.
Recorrer.
Dependendo
da injustiça sofrida, é plenamente possível recorrer.
Enquanto
para muitos recorrer é atitude de alguém inconformado, para outros
é a única chance de ter esperanças de que a justiça prevalecerá
no final.
O
recurso não deve ser encarado um “espernear” de uma criança
mimada; deve ser visto como o último suspiro antes de um salto de
bungee jump, onde não sabemos se tem volta ou não, se a corda
aguentará o tranco ou se ela arrebentará como uma velha liga
amarela.
Quando
recorremos a algo ou a alguém, desejamos que sejam supridas as
falhas existentes ou, pelo menos, atenuadas, evitando, assim, o
prejuízo maior gerado pela injustiça cometida.
Voltando
ao caso concreto, eu realmente não sei o que se passa na cabeça do
injustiçado, assim como não tenho ideia se ele irá abrir mão,
procurar vingança ou recorrer, mas eu, no lugar dele, tentaria
recorrer em primeiro lugar.
O
recurso poderia fazer a justiça prevalecer no final.
Se
não desse certo, só me restaria aceitar e deixar pra lá.
Se
fosse num caso em que não se tem a quem recorrer, a opção mais
plausível seria envenenar um pouco a alma.
*Texto publicado originalmente no blog Amazonow:
Nenhum comentário:
Postar um comentário