sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

Masculino distorcido

Somos condicionados a não chorar.
Somos condicionados a não falar o que nos incomoda.
"Se abrir é sinal de fraqueza".
"Chorar é coisa de menininha".
Que homem nunca ouviu ou nunca abraçou como suas e repetiu frases como essas?
A verdade é que a sua sexualidade não é definida pelo quanto você fala sobre os seus sentimentos ou o quanto os vive..nem pela forma que você os expressa.
Essa cobrança social imposta de geração a geração criou uma legião de homens externamente fortes como rocha e internamente frágeis como vidro. E essa mesma cobrança tem sido a causa de inúmeros casos de suicídio pelo mundo todo.
Ser homem não tem nada a ver do quão forte você aparenta ser. Mas não é isso que a sociedade nos diz. Ela diz a todo momento: seja macho alfa; fale firme; não demonstre fraqueza alguma; não fale demais, pois isso é coisa de mulher; não faça isso, não faça aquilo...
Enquanto, por outro lado, uma das maiores queixas das mulheres em relação aos seus companheiros é "ele nunca se abre; ele não fala o que está sentindo; ele não divide suas dores comigo".
Contraditório, não?
O lado masculino de todos nós é cada vez mais embrutecido e estigmatizado conforme crescemos. Ao mesmo tempo, ele também é cada vez mais deturpado e nosso lado feminino torna-se cada vez mais ausente. O resultado disso é que o homem torna-se cada vez mais racional, insensível e frio...vazio.
Viver é sentir-se vivo.
Viver é sentir.
Quando não sentimos, a indiferença toma conta.
Quando isso acontece, perde-se a noção de propósito...desconecta-se do mundo. A partir daí, viver ou deixar de viver não importa. Nesse estágio, a depressão toma conta e o suicídio passa a ser a melhor opção.
E quem pode mudar isso?
Todos nós, homens e mulheres.
Podemos mudar isso cada vez que sentirmos qualquer sentimento.
Podemos mudar isso a cada conversa com nossas companheiras ou com nossos amigos.
Podemos mudar isso cada vez que consolamos/brigamos com/damos uma lição a alguma criança do sexo masculino.
Isso não é uma coisa fácil de se fazer, é um processo lento e gradual, mas que vale muito a penas de ser vivido.
Uma dica pessoal que posso dar é permita-se sentir o que tiver que sentir. Expresse seus sentimentos de forma livre.
Se sentir vontade de chorar lendo um texto, chore.
Se não sentir vontade de chorar após a morte de um amigo, não chore.
Se sentir necessidade de falar algo que lhe incomoda, fale! Se tiver vergonha de falar com a sua companheira ou com algum amigo, procure um psicólogo. Existem vários por perto muito dispostos a lhe ajudar a lidar com isso.
Se esforce também para sentir mais do que pensar.
Observe o mundo em cada uma de suas pequenas sutilezas.
Aprenda a contemplar a natureza.
A nossa natureza mais profunda é luz, amor e conexão.
Quanto mais você caminhar de encontro a isso, mais feliz e plena será a sua vida, meu amigo, e você será banhado por gratidão.
Boa caminhada a todos nós.
Namastê.

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