Após
dias sem escrever,
Resolvi
tentar algo diferente
Já
que nenhuma inspiração específica surgiu
Decidi
forçar-me a escrever o que vier à mente
Passo
por uma fase turbulenta, onde muitas certezas deixaram de existir.
A
dúvida tomou conta e fez estremecer todas as estruturas, que, de
tanto balançarem, se racharam.
Das
rachaduras surgiram buracos que todos os dias tento em vão
preencher.
Cada
dia é desperdiçado tentando resolver o estrago do dia anterior.
Se
esse discurso lhe causa preocupação, fique tranquilo, apesar de
tudo estou bem.
A
falta de problemas reais talvez seja a causa de tantos problemas
ideológicos.
O
meu vício em pensar e questionar me fez cair em muitas armadilhas
criadas por mim mesmo.
Nenhuma
regra é 100% absoluta e eu sou um transgressor por natureza.
A
minha alma revolucionária esperneia cada vez que me submeto a
mandamentos aos quais discordo.
E
com isso o coração sofre.
Ouvir
verdades sobre mim também não é o meu forte. Mas de quem é?
As
verdades inconvenientes que ainda não sou capaz de mudar me machucam
quando são expostas.
Creio
que isso acontece com todos, por isso usamos tantas máscaras
diariamente.
Todos
os dias tento tirar algumas das minhas mil máscaras, mas o resultado
é sempre o mesmo: dor e sofrimento para quem está perto.
Quanto
mais perto, pior o dano.
E
nisso o coração sofre.
A
angústia toma conta daqueles que almejam segurança.
Como
ter segurança nessa vida onde a única coisa que de fato é
permanente é a impermanência da vida?
Como
suprir a carência do outro quando as minhas próprias carências
estão tão fortes e longe de serem preenchidas?
Aliás,
é possível preencher uma carência?
Ou
será que a carência tem a mesma natureza que a luxúria (quanto
mais você a alimenta, mais ela se fortalece e cresce dentro de ti)?
Como
eu disse, muitas dúvidas passaram a me acompanhar.
Meus
sonhos se misturaram com as expectativas do mundo e eu já não sei
nem mais o que de fato é sonho meu ou não.
O
álcool é a droga que elegi para me acompanhar em dias libertadores
como hoje.
Pensamentos
vêm e eu os escrevo.
Essa
é a ideia desse texto.
Não
questione, apenas saboreie.
Saboreie
a experiência do imprevisível.
E
se a vida é impermanente, esse texto é regado de vida.
Nem
eu mesmo sei o que vai vir a seguir, apenas escrevo o que vier na
cabeça.
O
que espero?
Talvez
captar alguma mensagem do Universo.
Alguma
luz no meio do túnel porque o fim está muito distante (eu acho).
O
que espero do amanhã?
Viver
de forma plena, leve e feliz, deixando para trás todos os pesos do
meu passado errante.
O
que pretendo fazer para efetivar isso?
Silenciar
essa mente tão barulhenta e dar uma chance pro coração falar.
Faz
tempo que não o escuto, por isso tanto barulho..
Tanta
distração.
Tantos
caminhos contraditórios.
Tantas
distorções.
Espero
não esperar nada e apenas apreciar o que vier da vida.
Já
não sei se acredito em destino ou em sorte.
Também
não sei quanto tempo tenho antes da morte,
Mas
espero me lembrar de aproveitar bem todo esse tempo
Sem
perder tempo com coisas sem valor;
Sem
desperdiçar a minha vida tentando algo que de fato não quero;
Sem
também desistir quando estiver chegando bem perto.
Nesse
momento, os dedos não estão tão dormentes, mas a mente continua
viajando.
E
nessa viagem em direção ao fundo da minha alma
Busco
atingir um alvo.
A
resposta da dúvida que sempre me aflige:
Que
direção seguir?
Quero
tudo sem abrir mão de nada.
Quem
não quer isso?
Se
tem alguém que não queira, por quê?
Não
faz sentido.
Pelo
menos não para mim.
Na
verdade, o que desse texto faz sentido?
Acabo
de reler a metade dele e vi que transitei por tantos cantos que nem
mesmo um cão farejador é capaz de seguir os meus passos.
Eu
ando, penso, falo.
Me
perco, calo e me acho.
Agora,
o sono bate à porta, mas não irei me render.
Já
cumpri a minha meta que era escrever um texto e ainda ganhei de
brinde a autenticidade do mesmo.
Muitas
verdades sobre mim nas linhas acima.
Muitos
segredos meus nas linhas abaixo.
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