Meu amor,
Hoje
eu entendo porque você me bloqueou em todas as redes sociais tempos
atrás…
Ver
as tuas mudanças de status no whatsapp, bem como as mensagens que
compartilha, me faz pensar em você...
Dirigir
também faz isso;
Passar
na frente da tua casa todos os dias também;
Muitas
músicas fazem o mesmo…
E
toda vez que penso em você me vem um mix de sentimentos: saudade (e
quanta!!), tristeza (pela falta que você me faz; por não poder te
ver mais; por não saber de você; por imaginar o quanto você pode
estar sofrendo – ainda mais depois de ter lido a tua carta. Ela foi
um divisor de águas no que se refere a esse assunto) e, mais do que
tudo, gratidão por tudo que pude viver/aprender contigo.
O
meu coração ainda é seu e você continua a permear profundamente o
meu Universo.
O
fim de semana passado foi o melhor que já tive e todo o tempo ao teu
lado foi de uma alegria imensa, mesmo com toda a situação que nos
cercava.
Segunda
eu estive bem até a parte da tarde. Parece que a minha alegria se
foi junto com o Sol. Senti um vazio muito grande em meu peito no
anoitecer. Demorei a dormir. Senti muita dor na alma. A tua falta me
consumiu. Chorei tanto que acabei dormindo.
Acordei
melhor. Me olhei no espelho e decidi que iria ser feliz. E tenho
feito isso todos os dias desde então. Todos os dias escolho ser
feliz e luto para manter a minha escolha.
Terça
foi um dia bom.
Ontem
foi incrível. Além de tudo ter sido muito bom no trabalho e no
pós-trabalho, eu fui para o Caldeira com o Philipe. E foi muito bom.
Parece que as músicas foram escolhidas por mim. Tocou muito Zé
Ramalho (me emocionei muito com Chão de Giz), Raul Seixas e Legião.
Nós
basicamente fechamos o Caldeira.
De
lá o Philipe foi pra casa dele e eu fiz uma coisa que nunca tinha
feito antes: fui sozinho pro Porão.
E
foi muito legal. Senti uma liberdade muito grande. Não fiquei com
ninguém lá, mas conversei bastante e conheci pessoas bem legais.
Fechei o Porão também. De lá, fui ver o nascer do sol na Ponta Negra, deitado na grama. É incrivelmente muito mais belo que o pôr do sol.
Foi uma experiência inesquecível. Espero que possa viver algo parecido um dia.
Hoje
o dia também está sendo bom. Fui na minha psicóloga e acabei de
sair de uma consulta via skype com a psicóloga do André lá de São
Paulo. Tudo tranquilo.
Sabe, depois de segunda passei a focar
ainda mais no presente, no aqui e agora. E estou tentando saborear
cada momento.
No
que se refere a pensar em você, acredito que finalmente aceitei que
eu não sei o que está acontecendo contigo ou como você está. Toda
vez que começo a pensar em como você pode estar sofrendo (e consequentemente começo a sofrer muito), lembro
que não sei e aceito isso. Penso: “eu não sei como ela está. Não
sei onde ela está. Não sei o que está fazendo. Não sei o que está
sentindo. Não sei se está sofrendo” e aceito isso.
Aceitar
o não saber é uma grande dádiva.
Não
temos controle de nada e aceitar isso é deixar o rio fluir.
Nesse
momento, o meu rio flui naturalmente, de forma bela, sem represas.
Eu
te amo muito e espero que esteja bem e que consiga ser feliz e sorrir
bastante. O teu sorriso é uma das maiores maravilhas desse mundo e é
um desperdício gigantesco quando ele está ausente.
Mas
eu também aceitei que não tenho controle sobre isso.
A
aceitação é a chave da paz-de-espírito.
Saiba
que eu sou muito grato a você porque foi você quem me ensinou isso.
Eu
decidi que vou tentar parar de escrever textos em forma de carta para
você. Acho que os últimos 3 ou 4 que escrevi foram assim.
Refleti
e descobri que faço isso porque tenho esperança que você esteja
lendo. Como estamos sem nos falar, essa é uma forma que uso para
suprir essa imensa necessidade que tenho de ter contato contigo.
Mas sinto que tenho que parar com isso.
Então,
se tudo der certo, essa vai ser a última “carta pública” para
você.
Espero
que você não se sinta exposta por eu ter publicado esses textos. Se
assim se sentiu, peço perdão desde já.
Te
amo muito e desejo toda felicidade desse mundo para você.
Fica
bem, Jabuticabinha.