Ontem
eu acordei com uma notícia que preferia nunca receber: a namorada de
um amigo tinha falecido.
Foi
a 5ª vez nesse ano que recebi uma notícia do tipo.
2015
tem sido um ano bem difícil nesse sentido. Mas também tem sido um
ano de muito aprendizado de vida para mim. Após tantas perdas
diretas ou indiretas, aprendi a ver a morte de uma forma diferente.
Antes eu a via como algo injusto, como fonte de dor e desespero. A
morte era, para mim, como se algo precioso fosse-me roubado e
destruído na minha frente, sem chances de defesa. Agora, eu vejo a
morte como algo natural: tudo que é vivo no mundo morre um dia e, ao
morrer, se transforma.
Essa
transformação é uma lei da natureza. Somos vivos enquanto nossas
moléculas estão integralizadas, formando um todo. Quando morremos,
nos desintegramos e voltamos a fazer parte da natureza que nos
cercava anteriormente. Essa
é a abordagem física da coisa.
Quanto à abordagem espiritual,
passei a ver a morte como o fim de uma etapa e o início de outra.
Após ver tantas mortes que eu considerava injustas e a refletir um
pouco sobre o assunto, passei a acreditar em reencarnação. Se
compararmos com a explicação física do parágrafo anterior,
podemos ver que a ideia da reencarnação faz muito sentido: tudo que
é vivo no mundo um dia nasce (ou seja, suas moléculas formam um
todo), cresce (através da alimentação – junção de novas
moléculas), morre e se junta novamente à natureza (desintegração
e dispersão de suas moléculas); após a morte, passamos a fazer
parte do ar, da terra e da água, voltando um dia a servir de
alimento (no sentido geral, ou seja, através do ar que se respira,
da água que se bebe ou da comida que se come) para outro ser vivo
(do qual faremos parte ao integralizarmo-nos com o seu todo). Assim,
na parte espiritual, acredito que o ciclo seja o mesmo: nascemos
(tomamos consciência em um corpo), crescemos (evoluímos
espiritualmente através das experiências vividas), morremos
(perdemos a consciência, mas mantemos a evolução espiritual e nos
juntamos ao todo maior) e reencarnamos (começamos o ciclo
novamente).
Após
enxergar a morte dessa forma, passei a não sofrer com as perdas
próximas. Eu realmente consegui me desapegar do meu lado egoísta
que não aceitava “deixar ir” alguém próximo que falecia. Assim, passei a focar as minhas energias em algo mais útil do que na dor
sem fim.
Eu
passei ver a morte como um ensinamento para aqueles que vivem:
aproveitem ao máximo as oportunidades de terem experiências humanas
com todas as pessoas, principalmente as mais próximas, do seu
convívio diário, porque somos muito frágeis e podemos partir deste
mundo a qualquer momento. E como cada ser humano é um universo
diferente, não sabemos quando será a última ou única chance de
conhecer um desses universos e aprender algo com ele.
A
partir daí, tento vivenciar isso ao máximo e aproveitar cada
segundo de humanidade que me é disponível. Acredito que somente
assim há a verdadeira evolução a que estamos destinados.
Quanto
à dor da perda de alguém próximo, ela ainda existe, mas é uma dor
necessária, que me faz lembrar de tudo que escrevi ao longo desse
texto, pois, com o passar do tempo, tendemos a nos afastar dessas
palavras e deixar um pouco de lado esse ideal de vida (aproveitar ao
máximo cada segundo de humanidade).
Essa
é a forma que eu vejo a morte, não sei se é a forma correta ou a
real forma como as coisas são, mas tem me ajudado muito a não
sofrer tanto e a ser mais feliz, mesmo com tantas perdas ao meu
redor.
Espero,
do fundo do meu coração, que essas palavras sirvam para auxiliar
alguém que está passando por esse momento difícil.
Muita
luz a todos nós!
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